Na labuta diária do ser e do fazer!

Quase sempre, e isso é mais comum do que se pensa, somos obrigados a tomar decisões difíceis em nossa vida e da mesma forma, essas decisões nos trazem conseqüências indesejáveis, por melhores que tenham sido nossos posicionamentos.

E assim é feita nossa vida! Talhada na labuta diária do ser e do fazer.

Nossos caminhos são trilhados, é verdade. Direções nos são oferecidas, também é verdade. Mas é fato que nem sempre fazemos as boas escolhas, ou escolhas boas são realizadas tardiamente. Escrevo isso para dizer que preciso tomar decisões.

Mas essas decisões só me trarão tristezas, e feridas terão que ser tratadas. Esse ano tem-me sido penoso e falta-me capacidade para decidir com firmeza aquilo que angustia o que é considerado como sede das minhas emoções.

Meu coração é pulsante e teimoso. E às vezes falar com ele nas mãos é complicado. Coloca-me em posição de fragilidade eminente. Expor sentimentos e pensamentos, revelando-os com sinceridade pode levar ávidos estandartes opostos à compreensão equivocada e distante daquilo que me proponho.

Tenho sido incompreendido no que falo, nas minhas ações e acho que até em meu silêncio. Buscar a clareza do que quero é de importância impar para que possa ter a tranqüilidade da minha condição de existência.

Sou filho da esperança e mesmo que, distante das outras virtudes cristãs, fé e caridade, acredito que mereço a felicidade. Sou ser humano, passivo de erros e acertos. Sou ser vivo, e no lugar-tenência do meu âmago, carrego a certeza da alegria de que minhas decisões são minhas… e só minhas!


Cálice
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil